quinta-feira, 29 de março de 2007

Capítulo 1: A Gênesis do Monstro

Obs: Desde já explico que o título será somente compreendido no fim do capítulo sete, onde um tubarão voador surge aparentemente do nada, mas logo morre sufocado, já que o fato de ser capaz de voar não lhe tenha conferido pulmões.

Era um dia frio, principalmente por se tratar de uma localização geográfica que ofertava, basicamente, frio. Os dias da Islândia não tinham muitas opções quanto a adjetivos. É por isso, e por alguns outros motivos, como a pequena extensão territorial, a distância do continente e a terrível cultura culinária, que os dias na Islândia não reservam muita coisa de interessante. Portanto, vamos mudar de cenário. Adeus, Islândia.
Vamos analisar, por exemplo, como é possível que a Milena, aquela menina gostosinha que mora em cima daquele bar que vende duas doses de Fogo Paulista pelo preço de uma nas terças-feiras, esteja, de fato, grávida. Primeiro, examinemos o exemplar:

(depoimento de Dona Maricota, avó de Milena, tirado de uma reunião familiar no dia em que a menina foi descoberta utilizando alguns frutos da horta de sua casa para fins não convencionais)

"Maise a minina num tem curlpa não sinhô meu fiu. Cê tá cansado de sabê que as coisa na vida da gente acontece sem a gente ficá matutando imcima. E minha netinha é uma bunequinha das mió, pronta prá dá uma chave de coxa em um bobo muntado, por mode que essa minina tem fogo no fiofó de tudo qué jeito mes, intão que seja, dexa ela i, por que sinao vai fica aqui com essas cenora e beterraba (!) fazendo essas belezura azucrinada."

Ainda não se sabe quem, dos quarenta e seis rapazes que Sr. Vagner, pai de Milena, expulsou de casa quando chegou mais cedo de viajem é o pai da criança. Mas Sr. Vagner suspeita de um.

Milena suspeita de vários.